06 / 07 / 08 - OUTUBRO
Calendário
06 de Outubro - 21h30 - A.M.A.C - Santiago do Cacém
07 de Outubro - 21h30 - Auditório da ESPAM – V.N. Santo André
08 de Outubro - 21h30 - Auditório Centro de Artes - Sines
Bilhetes
5€ / 3€
Duração
55 minutos
Classificação
M/12
06 de Outubro - 21h30 - A.M.A.C - Santiago do Cacém
07 de Outubro - 21h30 - Auditório da ESPAM – V.N. Santo André
08 de Outubro - 21h30 - Auditório Centro de Artes - Sines
Bilhetes
5€ / 3€
Duração
55 minutos
Classificação
M/12
SINOPSE
A peça Look Back in Anger está centrada em torno de Jimmy Porter, um jovem dos anos cinquenta, insatisfeito bem falante, que vive com a sua mulher da classe alta, Alison, e o amigo de ambos, Cliff. Jimmy passa o seu tempo a condenar e criticar ferozmente o mundo e também a sua esposa, por assim dizer, tentando provocar uma reacção na estoica Alison. O sotão onde vivem é testemunha deste ambiente opressivo e claustrofóbico que Jimmy impõe todos os dias. Quando chega Helen, uma actriz e antiga amiga de sua mulher, Jimmy aumenta ainda mais a verborreia política e social que todos os dias despeja em forma de revolta. A situação torna-se insustentável, Alison não aguenta mais e sai de casa, Jimmy inicia um caso com a sua amiga Helen, embora também isso acabe por terminar num cruel ódio mútuo. Quando Alison volta, ela e Jimmy começam novamente a tentar uma reconciliação. Há muito pouco que não é dito em Look Back in Anger: Jimmy Porter ataca verbalmente uma enorme variedade de temas – o sistema de classes, os religiosos americanos, a família de classe alta de Alison, as mulheres em geral, os homossexuais, sinos de igreja, domingos – e o tom não é filtrado: jocoso, inteligente, ferozmente articulado. Osborne chamava-lhes ‘árias’.
SOBRE O ESPECTÁCULO
SOBRE O ESPECTÁCULO
Look Back in Anger de Jonh Osborne estreou em Maio de 1956 e, depois de um lento começo, tornou-se num enorme sucesso. A sua retórica electrificante e a sua intensidade emocional têm vindo a ser creditadas por sucessivas reposições em cena no teatro britânico.
Pessoalmente e profissionalmente, Osborne ganhou a reputação de ser exaltado e impetuoso, rebelde e directo. Não fazia deferência, não era atencioso, questionava a monarquia e o sistema político e social instalado e no geral fazia jus ao título de ‘angry young man’ que lhe foi dado. Na contribuição que deu em 1957 à antologia de ensaios Declaration, ele ecoou as palavras de Jimmy Porter, uma das personagens de Look Back in Anger quando escreveu ‘Eu quero fazer com que as pessoas sintam, dar-lhes lições sobre sentir. Elas podem pensar depois’.
Dan Rebellato afirma que Look Back in Anger, de John Osborne, mudou a direcção do teatro britânico e que a sua data de estreia separa claramente o teatro inglês do século XX em antes e depois; foi o momento, assim o dizem, em que esta actividade dramática e os seus textos redescobriram a sua seriedade artística, a sua juventude, a sua política, a sua raiva.
Como um solo numa ópera, este rage theatre impõe uma linguagem para a sala, que mesmo hoje ainda se pode pressentir. O poder destes novos temas e a sua clarividência crítica representam uma nova música nos palcos de Londres. Os lugares glamorosos que os textos dramáticos da época tratavam, realçando quase sempre como tema a alta sociedade da Londres de 1940, dão lugar, em Look Back in Anger, a um confinado quarto num sótão nas Midlands, um tecto inclinado que parece abafar e oprimir as personagens, e um texto impregnado de uma linguagem que ultrapassa tudo o que era conhecido nos palcos do The Court, não apenas por gritar para fora daquele quarto, mas por parecer mesmo quebrar a quarta parede. O público no The Court a 8 de Maio de 1956 sentiu-se insultado, enviesado, entusiasmado e surpreendentemente inspirado.
É claro que raramente as mudanças culturais acontecem de um dia para o outro e esta não foi excepção. O facto do jovem autor (Osborne tinha 26 anos) ser um desconhecido para a maioria dos críticos, só veio acrescentar a sensação da peça ter aparecido do nada, apesar de ele ser um actor profissional há algum tempo e esta ser a sua terceira peça produzida profissionalmente. Quanto ao sucesso repentino, a peça recebeu críticas contraditórias mas causou impacto suficiente para a sua carreira ser prolongada, apesar de só se ter começado a sentir um maior impacto cultural quatro meses mais tarde, quando passou na televisão um grande bocado da peça. Osborne beneficiou de George Fearon (publicitário do Court), ter usado a frase ‘angry young man’, um termo imediatamente usado para reunir um grupo díspar de escritores e criar um movimento literário. Ao longo do trabalho destes novos Angry Young Men existe uma sensação penetrante de que as superfícies polidas da nova sociedade de consumo escondem uma ausência emocional. O controlo emocional das peças do romantismo e do modernismo contribuía para parte desta separação entre aparência e sentimento profundo. Em 1957, na colecção Declaration, o mais próximo de um manifesto que alguma vez os Angry Young Men escreveram, Osborne anunciou ‘Eu quero fazer com que as pessoas sintam, quero dar-lhes a possibilidade de sentir’. Para Osborne e outros, a enfermidade política de Inglaterra era esta incapacidade de sentir, e o seu trabalho era desenhado para mudar isso.
A política de Look Back in Anger não está só nos alvos da crítica de Jimmy, mas também na intensidade como representa, ou seja na raiva em si. Rapidamente, seguiram-se a Osborne outros escritores, tais como, Arnold Wesker, Shelagh Delaney, John Arden e Harold Pinter, cujos antecedentes, maioritariamente da classe trabalhadora, contrastavam grandemente com a sofisticação jovial adoptada pela anterior geração de dramaturgos.
De um ponto de vista mais abrangente, Look Back in Anger marcou algumas mudanças ainda maiores no teatro Britânico. Uma foi cimentar a reputação do Royal Court como a casa do teatro – se calhar a mais importante e influente no mundo –, a casa que recebe peças e escritores, sérios e desafiantes. Uma posição que mantém desde essa estreia há 60 anos. A segunda foi que a peça Look Back in Anger comprovou o valor do apoio público ao teatro. O Arts Council, com a sua política de apoio às artes, tinha apenas um ano em 1956, mas aqui estava uma peça que nenhum produtor comercial teria apoiado e que a relativamente bem subsidiada English Stage Company conseguiu fazer crescer e apoiar. Em terceiro, Look Back in Anger reafirmou a importância e centralidade do dramaturgo na produção teatral.
O teatro de meados do século XX, antes do Royal Court, era dominado por actores estrela, mas no Court a peça estava em primeiro lugar e o dramaturgo era a força criativa original; todos os outros trabalhadores do teatro – e mesmo o público – estavam lá para servir a peça. As agressões verbais de Jimmy Porter são uma declaração simbólica de que o público tem de ser confrontado e desafiado, e não namorado e elogiado.
Para o melhor e para o pior – e há visões apaixonadas em ambos os lados – este modelo espalhou-se bastante por toda a indústria teatral e é parcialmente responsável pela reputação consistente de Inglaterra como sendo uma base forte de peças e dramaturgos. Mas a mudança mais importante que o exemplo de John Osborne trouxe ao teatro é a ideia de uma nova peça conseguir colocar a sociedade contemporânea no palco para uma avaliação sem piedade.
Para o melhor e para o pior – e há visões apaixonadas em ambos os lados – este modelo espalhou-se bastante por toda a indústria teatral e é parcialmente responsável pela reputação consistente de Inglaterra como sendo uma base forte de peças e dramaturgos. Mas a mudança mais importante que o exemplo de John Osborne trouxe ao teatro é a ideia de uma nova peça conseguir colocar a sociedade contemporânea no palco para uma avaliação sem piedade.
Alguns dos dramaturgos mais importantes da Inglaterra do pós-guerra podem não ter sido directamente inspirados por John Osborne, podem até ser contra algumas das suas ideias políticas e artísticas, mas ele mostrou o caminho, e nos trabalhos de Harold Pinter, Edward Bond, Howard Brenton, David Hare, Caryl Churchill, Sarah Kane, Mark Ravenhill, Simon Stephens, Lucy Prebble e Debbie Tucker Green ainda se pode ver a influência da estreia de Osborne no Teatro.
Dan Rebellatto (Professor de Teatro Contemporâneo, Universidade de Londres)
Rebellatto, Dan. Dramaturgo inglês e Professor de Teatro Contemporâneo na Universidade Royal Holloway de Londres.
A raiva, como uma força na literatura dos anos 50, teve as suas origens num grupo conhecido como The Movement.
Rebellatto, Dan. Dramaturgo inglês e Professor de Teatro Contemporâneo na Universidade Royal Holloway de Londres.
A raiva, como uma força na literatura dos anos 50, teve as suas origens num grupo conhecido como The Movement.
SOBRE A COMPANHIA
A Companhia da Esquina é uma Companhia de Teatro. É uma Associação Cultural fundada em 22/04/2004 por actores profissionais. A Companhia da Esquina vai comemorar agora em 2021 os seus 17 anos de produção teatral. A Companhia é direccionada para a criação de projectos culturais na área das artes de palco, mais especificamente de teatro.
A CE durante os seus 17 anos de actividade estabeleceu protocolos de interesse cultural com: Teatro da Garagem, Malaposta, A Barraca, ACIDI Programa Escolhas, Acert .
Do seu repertório faz parte a criação de autor. São exemplo a publicação em livro com edição da ESTC, da peça "Em Baixo e Em Cima, a Propósito de Beckett" de Jorge Gomes Ribeiro e o texto para musical "Rosmaninho e Alecrim" da autoria de Guilherme Filipe e Jorge G. Ribeiro. Também as adaptações a partir de obras clássicas fazem parte do espólio dramatúrgico e cénico do grupo.
Do seu repertório faz parte a criação de autor. São exemplo a publicação em livro com edição da ESTC, da peça "Em Baixo e Em Cima, a Propósito de Beckett" de Jorge Gomes Ribeiro e o texto para musical "Rosmaninho e Alecrim" da autoria de Guilherme Filipe e Jorge G. Ribeiro. Também as adaptações a partir de obras clássicas fazem parte do espólio dramatúrgico e cénico do grupo.
A CE tem apresentado os seus espectáculos em salas como Auditório Calouste Gulbenkian, Centro Cultural Olga Cadaval, Theatro Circo de Braga, o C. C. Franciscano,Teatro Taborda, Aud. Eunice Muñoz, Aud. Parque Palmela, T. Cinearte, Teatro da Malaposta Malaposta, Aldeia Natal – Óbidos, C. C. Cartaxo; Aud. Joaquim de Almeida, Aud. Ruy de Carvalho, Alfândega de Fé, Samora Correia, Santiago do Cacém, Portalegre, Caldas da Rainha, S João da Madeira, CAA de Àgueda, Auditório de Ponte de Lima, Teatro Stephens, Auditório José Lúcio da Silva, Auditório João Mota em Sesimbra, Auditório Augusto Cabrita no Barreiro, Teatro Joaquim de Almeida Montijo, Teatro Bernardim Ribeiro em Extremoz, Centro Cultutral de Lagos, Auditório Recreios da Amadora, palácio da Galeria em Tavira, Castelo de S.Jorge, Cine Teatro de Tomar e Centro Cultural da Régua entre outros. É convidada a encenar regularmente para a EGEAC nomeadamente para a Noite Internacional dos Museus e encenou textos de Almada Negreiros para a Fundação Calouste Gulbenkian. A Companhia é parceria habitual em festivais como Novo Ciclo Acert Tondela, Festival Teatro Construção Joane, Sementes, Festival Internacional de Teatro de Sto André, Festival do Mogadouro. Das suas produções destacam-se obras como: "Rosmaninho e Alecrim", "Conto de Natal" de C. Dickens para teatro musical, a adaptação das obras editadas "A Desconstrução da Alma" e "Quando Voltares" de Luís Costa Pires (prémio novos escritores) para teatro "Acorda-me", "A Pérola" de J. Steinbeck, "Conversas Sobrepostas ao Barulho da Cidade", "Em Baixo e Em Cima", “Antes de Começar” de Almada Negreiros, Pinóquio de Carlo Collodi, Abarca a partir de Gil Vicente, As Bodas a partir de Federico Garcia Lorca, Se Perguntarem por Mim não Estou de Mário de Carvalho, O Cerejal de Tcheckov, Terror e Miséria do Terceiro Reich de Bertold Brecht, Auto da Barca do inferno, A Farsa de Inês Pereira, Ritual Almenara no Castelo de S Jorge, Intimidades de Woody Allen e A Gaivota e o Gato que a ensinou a voar de Luís Sepulveda e taSonho de Uma Noite de Verão de Shakespeare.
Ocupa desde final de 2014 o Teatro da Luz como companhia de teatro residente função que assumiu desde 1 de Janeiro de 2015.
Completa este ano 18 anos de existência e de produção e criação cultural.
A Companhia da Esquina é uma entidade que em 2021 trabalha e continua a produzir espectáculos e a cumprir o seu projecto pedagógico angariando assim novos públicos para o Teatro, difundindo a arte cénica junto das populações e continuando a assumir-se como produtora e geradora de emprego para actore e técnicos de teatro.
FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA
Texto
John Osborne
Tradução
Fátima Vilas Boas
Encenação
Jorge Gomes Ribeiro
Elenco
André Nunes, Guilherme Filipe, Paula Neves, Pedro Diogo, Rita Fernandes
Sonoplastia e Luminotécnica
Hugo Furtado/Nuno Barroca
Figurinos
Rita Olivença
Cenografia
Marta Fernandes da Silva
Produção
Manuela Morais
Música
Diogo Sotto Mayor
Direcção de Comunicação
Rita Fernandes
Design Gráfico/ Multimédia
Magaworks - João Afonso, Margarida Fernandes
John Osborne
Tradução
Fátima Vilas Boas
Encenação
Jorge Gomes Ribeiro
Elenco
André Nunes, Guilherme Filipe, Paula Neves, Pedro Diogo, Rita Fernandes
Sonoplastia e Luminotécnica
Hugo Furtado/Nuno Barroca
Figurinos
Rita Olivença
Cenografia
Marta Fernandes da Silva
Produção
Manuela Morais
Música
Diogo Sotto Mayor
Direcção de Comunicação
Rita Fernandes
Design Gráfico/ Multimédia
Magaworks - João Afonso, Margarida Fernandes